A pandemia da covid-19 fez-se sentir em diversos setores, sobretudo naqueles que não se conseguiram adaptar à digitalização. Um dos setores afetados foi o da construção, mas em 2021 os dados eram favoráveis. Esta melhoria fez com que o setor criasse algumas expectativas e, em 2022, esperava-se uma aceleração da atividade em Portugal, bem como um crescimento de cerca de 4% a nível europeu.
No entanto, o ano não começou tão próspero como se esperava e, logo em janeiro, o aumento dos custos na construção fez-se sentir, com uma subida de cerca de 7%. Mais tarde, com o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia em fevereiro, este cenário agravou-se e o preço dos materiais já contava com um aumento de 10% - com destaque para o aço e para o alumínio - sendo a Rússia o principal produtor europeu de ambos os materiais. Sentiram-se também aumentos no cobre, madeira e seus derivados, a acrescentar somando-se ainda o aumento generalizado dos custos de energia e de combustível e o custo da mão de obra, na casa dos 7%. Esta subida de preços apresenta-se como um obstáculo, não só para as obras em curso, como também para as obras futuras, uma vez que as empresas não sabem o que esperar a cada dia que passa e a previsão também não é a melhor, pois matérias-primas como o aço e o alumínio podem vir ainda a aumentar muito mais, o que gera um clima de incerteza dentro do setor. Os impactos já são notórios, e tanto em Portugal como na União Europeia, a produção na construção decresceu 1,2% em abril (face ao mês de março). Haverá forma de contornar este impacto? A resposta é sim. A digitalização no setor pode ser a solução, uma vez que permite prever a evolução dos preços no futuro, encontrar mais facilmente fornecedores e materiais, poupar tempo e dinheiro e centralizar processos. Sendo a guerra um fator externo, não pode ser controlado a 100%, mas podemos sim minimizar ao máximo os impactos no setor. E a guerra não tem de ser um fator determinante para os desafios no setor da construção.
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